Combate

Para médicos, distribuir material informativo não é suficiente para eliminar o Aedes aegypti

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Diversas residências de Santa Maria receberam, no último sábado, militares e agentes de saúde no Dia D de Esclarecimento sobre o Aedes. A campanha, em nível nacional, tinha o objetivo de levar informações para evitar a proliferação do Aedes aegypti, responsável por transmitir doenças como a dengue, o zika vírus e a febre chikungunya.

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Cada município definiria sua estratégia de atuação. Em Santa Maria, apenas material informativo foi distribuído, o que, para alguns especialistas, não é a maneira mais efetiva para acabar com o mosquito.

Em Caxias do Sul, o trabalho foi misto, mas ainda não é o ideal. Além da ação de esclarecimento, também foi feito o recolhimento de objetos. Mas apenas em um bairro da cidade. Para que o combate ao Aedes seja mais eficaz, até quinta-feira, militares passarão a entrar nas casas e aplicar inseticida em locais onde houver larvas do mosquito.

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No Estado, a orientação era que, no último sábado, fosse feito um trabalho educativo, com a distribuição de material informativo, além da limpeza de áreas públicas. A fiscalização das residências também poderia ser incluída, o que, em Santa Maria, não ocorreu. Na cidade, conforme a superintende de Vigilância em Saúde, Selena Michel, a prefeitura optou por apenas conscientizar a população. Por isso, nas ações, as equipes não entraram nas casas e não procuraram possíveis focos do mosquito.

– Foi uma estratégia definida entre diversos setores e foi feita no sentido de levar a informação à população. O mais importante é que a comunidade fique consciente do que ela tem que fazer dentro da sua casa – destacou Selena.

Mas há médicos que questionam a efetividade da ação. Segundo eles, apenas o trabalho de conscientização não é suficiente para o combate, sendo necessário contar com intervenções práticas.

Ações mais efetivas são necessárias

Para o médico infectologista Fábio Lopes Pedro, o mutirão que ocorreu no último sábado não teve efetividade nenhuma. Ele destaca que esse tipo de ação não irá frear uma possível epidemia das doenças.

– Eu contesto fortemente essa metodologia utilizada. São medidas fracas, que demandam grande contingente de pessoas, e que não têm uma efetividade comprovada. A entrega de um folder informativo não vai mudar as práticas do cotidiano da população, ainda mais em áreas pobres, onde mais existem os criadouros dos mosquitos. O que precisamos é de intervenção, o agente precisa entrar na casa e mostrar como fazer para remover as larvas – destaca Pedro.

A opinião é compartilhada pelo infectologista Alexandre Schwarzbolz , do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Segundo o médico, o trabalho de inspeção é fundamental:

– A visita dos militares e agentes, sem dúvidas, é fundamental. Na verdade, o trabalho de vigilância e inspeção das áreas de risco, usando um checklist, e fazendo a notificação das áreas de maior risco, é necessário. Fazer apenas conscientização é mais ou menos como pregar o uso do preservativo para prevenir DST e não disponibilizá-lo.

O infectologista Reinaldo Ritzel afirma que a "

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